domingo, 28 de dezembro de 2014

Bonito Estranho

História enviada pela minha amiga, YulYulk.




Notes'' A história contada aqui é real. Clichê? Talvez. Completamente sem fins lucrativos.''

Bonito Estranho


Como das outras vezes.
Quando dizem que não podemos controlar nosso coração, que o sentimento, a paixão, vem sem ao menos bater na porta, normalmente não damos ouvidos e acabamos por confiar nas nossas tão falhadas barreiras.

O normal de todo ser humano é querer ser forte, se mostrar um verdadeiro guerreiro cujas armaduras são indestrutíveis. Assim como todos os que se se fizeram fortes e confiantes quanto a isso, eu sou.  O meu gosto por caras mais velhos sempre me dominara. Sempre imaginei que meu futuro seria do modo que planejei desde criança e durante alguns anos da minha tão fútil adolescência. Já vi em redes sociais, a escola, no ônibus, no shopping, pessoas dizerem coisas sobre amores virtuais, e o quão ridículos eles podem se tornar. E sempre que ouvia tais comentários, podia sentir a face do meu Eu interior ruborizar. Meu coração desde sempre  foi bobo e desgovernado. Ele se encantava facilmente com o modo de agir das pessoas. E foi por não conseguir governa-lo que o meu motor morreu.

Eu tinha dezesseis anos quando a minha paixão por homens Asiáticos tornou-se ingenuamente obsessiva.
Eu me imaginava assim: 

Em uma casa simples do jeito chique nos padrões da Ásia, trajando um simples vestido simples e calçando chinelos. Meu cabelo num trança embutida jogada para o lado e lavando a louça do almoço. Enquanto meus filhos na ordem Yusuke, Samuel ou Sammy, corriam pela casa brincando e vinham até mim que estava na cozinha, pedindo-me refrigerante para beber. E num ato meio que robótico, sem ao menos me virar para fita-los eu respondia em bom som.

- Se tiverem sede bebam suco ou um copo d'água. 

E minha  filha mais nova, minha doce Kaori brincava com suas bonecas, sentada no sofá do chão da sala. Meu marido chegaria quase uma hora e meia que antecederia o jantar que seria degustado as vinte horas.
  
Por diversas vezes eu me imaginei casada com esse Asiático que tanto me encantava. Me imaginava com ele e nossos três filhos-  Ou mais - morando em Osaka no Japão e depois nos mudando para a Coréia-do-Sul. Desenhava uma vida perfeita.

Se dependesse da minha vontade e coração, eu ainda estaria estudando gastronomia, me acabando nos livros de Inglês e tentando manter a forma magra que sempre tive. Quando nos apaixonamos, passamos a fazer coisas, a gostar de coisas em nós que detestávamos. Nossa primeira e a última conversa havia sido pelo facebook. Na época da copa do mundo no Brasil. Eu deixei a mensagem e dias depois recebi a notificação de que ele havia respondido, mas se desculpava pela demora da resposta. Ele era um fofo; Lindo; Esforçado e inteligente; Um completo homem; Foram esses tópicos ou mais que me fizeram querê-lo.

Ele elogiou a minha beleza;
Eu suspirei;
Ele comentou minha foto dizendo que gostava do meu cabelo;
Eu enrubesci;

Foram poucas conversas que foram necessárias para que eu me apaixonasse pelo bonito estranho/estrangeiro que morava do outro lado do mundo.
Pelo fuso horário, eu passei algumas madrugas em claro conversando com ele. Tínhamos gostos parecidos. Eu acreditei que daria certo. Os homens coreanos gostam das Americanas inteligentes, bonitas e que sejam dotadas na cozinha.

Entrei pro curso de gastronomia.

O resultado disso foi um tanto triste, esperado é claro, mas eu não sabia o que sentir e se quer o que pensar e dizer. Minha última mensagem (Vinte e seis de agosto de dois mil e quatorze) ficou marcada como visualizada e durante uns três meses eu aguardei sua resposta.
Durante três longos e torturosos meses. 

Queria entender o porque de eu ter feito aquilo novamente. Uma nova mensagem eu mandei. Estava escrita em Inglês e era algo como:

- Já faz muito tempo. Acho que não quer mais falar comigo. Você pode pelo menos me dizer o porquê?

Até hoje eu não obtive resposta. 
E tudo o que eu fiz foi largar os estudos noturno com meu amigo judeu sobre inglês e decidir deixar de frequentar o curso de gastronomia após as manhãs na escola. Eu estava fazendo aquilo para ele.

Ele me elogiou pelo curso em sua última mensagem;
Ele me cortou novamente;

Todo esse gelo e rejeição fora dada por uma outra garota. Essa pode ser minha conclusão devido a uma postagem que uma mocinha fez na TimeLine dele. Ela dizia estar com saudade deles e que sentia-se incompleta. O irônico era que a guria era minha 'amiga' no facebook, entretanto quando postou isso na TimeLine ela me excluiu. Estranho não? Aquele sentimento tolo. platônico e fulo não tivera se quer uma gota de reciprocidade.

Ele está lá em Osaka, morando com a tia e cursando Cardiologia. Flertando com outra garota e vivendo enquanto eu, Eu, estou aqui frente a uma tela de computador escrevendo sobre esse ocorrido.

Todos os amores; Exatamente todos te deixam sujeitos a cortes em seu coração; A dores; A agonias. Os resquícios dos virtuais podem se curar mais rápido, mais é um tanto broxante sim. E isso é o mais difícil de quem passa admitir. É realmente difícil admitir.

bonito estranho tem a sua vida formada e seu futuro garantido. Eu? Apenas escrevo e vejo os raios solares entrarem pela minha janela.

Posso dizer que depois disto e perceber que tudo o que sempre fiz nunca fora por mim ou para mim. Adora meus longos cabelos, Tasquei-lhe a tesoura e hoje ele está nos ombros. Eu amadureci, mesmo sendo algo inútil. Tudo o que vem é pra nos fazer aprender, crescer e ter outras estruturas. Maiores estruturas. Pode ser vergonhoso, e como é, mais tudo é uma lição, um aprendizado. Tudo.

Quem sou eu? Apenas uma garota de dezessete anos que passou por várias coisas que podem ser associadas e tragédias e não, não esta. Esta garota que sou, escreve para desabafar e sentir-se útil em algo que me agrada fazer.
Quem sou eu?
Uma garota que esta vendo o natal sem neve pela janela de seu quarto.
Eu posso ser eu mesma por milhares de garotas ou até mesmo garotos que passaram por esse caso um tanto parecido. Eu posso ser sua representação escrita em alguns aspectos. Sou a garota sentimental e problemática que se apaixonou por um Bonito Estranho.


Prazer, eu sou YulYulk.




Gostou da história, purpurina? Comente e faça uma autora feliz. 
Se quiser participar é só entrar mandar pro meu e-mail a sua história! ;) 
Até a próxima;